quinta-feira, 22 de outubro de 2009

GIRABOLHOS

Pesquisa de Ana Margarida Silva
.
.
A tradição regista a presença de mouros na actual freguesia de Girabolhos, existindo um lugar a que chamavam Moiraria, hoje Moradia, onde apareceram vestígios de casas muito antigas e foram encontrados objectos estranhos. Junto à Capela de Nossa Senhora da cabeça (a antiga igreja paroquial, cuja construção data de 1640), ainda existe uma sepultura aberta na rocha.
.
O nome desta povoação não aparecia no Cadastro da População do Reino de 1527, mas supôe-se que já existiria algo mais que a referida Quinta de Paio Criado, no lugar hoje conhecido por "Chão de Paio", que tinha dois fogos.
.
Em 1757, tinha já 121 fogos, incluindo o lugar da Urtigueira (ou Ortigueira), no seu termo. Pertenceu à diocese de Coimbra até 1882. Antes de se tornar freguesia, Girabolhos pertencia à freguesia de Tourais ("Touraens", no séc. XVI).
.
O monumento mais antigo era a Capela de Santa Margarida, que foi profanada ao tempo das Invasões Francesas e, com as suas pedras, foi construída em 1864 a casa da escola. A actual Igreja de Girabolhos começou a ser construída em 1884, inspirada na Igreja Matriz de Seia.

"Girabolhos" - Pintura de Joaquim Pinto

Outros monumentos a destacar são a Capela de São Nicolau (1655), a Casa de Girabolhos e o edifício sede da Junta de Freguesia.
.
A população vive essencialmente da agricultura, avicultura, horticultura, pastorícia, panificação e construção civil.
.
Um local de grande interesse turístico é o Alto da Presa, mas toda a margem do rio Mondego apresenta belas paisagens e aspectos curiosos. No antigo lugar da Era, depois conhecido como Ponte do Gato, existiu uma ponte de madeira para ligar as margens do rio.
.
Em Maio, festeja-se a Senhora da Cabeça e, no último Domingo de Outubro, o São Simão.

Fontes: Monografia da Cidade e Concelho de Seia, J. Quelhas Bigotte; site da Câmara Municipal de Seia.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

CARVALHAL DA LOUÇA

Pesquisa e recolha de Vanessa Marmé Cruz

O nome da terra praticamente diz tudo. Carvalhal deriva de «Carvalho», e tem a ver com uma zona abundante na espécie de carvalho negral. No início do séc. XVI, junto ao Vale da Ribeira do Hospital, morava um casal que explorava estas terras. Com o passar dos tempos, outras famílias se fixaram aqui e a população foi crescendo. Nessa altura, esta aldeia só se designava por «Carvalhal».

Nos finais do séc. XVIII passou a ser conhecida por “Carvalhal da Louça” (ou Loiça), devido à grande produção de vasilhas e louça (caçarolas, assadores, vasos, cântaros e cantarinhas) com barro que iam buscar a Ervedal da Beira.

Com o aparecimento das vasilhas de plástico e devido às mudanças económicas, este uso perdeu-se. O último oleiro, que ainda há poucos anos vendia a sua louça pelas feiras, encontra-se emigrado.

É uma aldeia anexa da freguesia de Paranhos da Beira, concelho de Seia.

A sua festa anual, dedicada a São Marcos, realiza-se a 25 de Abril.

São Marcos

Na segunda semana de Agosto também se realiza uma festa em honra de Santa Bárbara.
.
A origem da região de Carvalhal da Louça remonta à época pré-histórica (neolítico, muito antes da presença mulçumana na região) como comprova a Anta de Carvalhal da Louça, a principal das 6 antas existentes na área da freguesia (a “Orça do Pinhal do Cruzeiro”, a “Casa dos Moiros do Chaveiral”, a “Casa dos Moiros de Valdeivão”, a “Casa dos Moiros de Cadimes” e a “Casa das Moiras da Coutada”).
.
No Carvalhal da Louça, existem ainda outros monumentos interessantes, como a ponte romana, a Capela de São Marcos, assim como cruzeiros e alminhas.
A gastronomia local acompanha as preferências e gosto regionais, destacando-se a chafana de borrego, o bacalhau assado com batatas a murro, febras de porco na caçarola e enchidos de porco.
.
Na paisagem, o destaque vai para o Rio Mondego.
.
Fontes: Monografia da Cidade e Concelho de Seia, J. Quelhas Bigotte, Seia, 2ª Edição, 1986; web site da Junta de Freguesia de Paranhos da Beira.